Entre os dias 12 a 16 de março de 2020 o mundo vivia o baque de uma pandemia, mas notícia do pânico demorou a chegar nessas terras mafrenses, enquanto isso, antes do isolamento, construímos a atividade que chamamos “Reconhecimento Territorial”. As atividades reuniram saberes comunitários, universitários, técnicos e políticos do Piauí, de Recife e Salvador, todos e todas empenhadas em mapear os territórios de Esperanças impactados com o Programa Lagoas do Norte.
A ocasião contou com visitas na comunidade, rodas de conversa, performances, sessões de cinema, dentre outros, com o intuito de preparar para receber o Painel de Inspeção, equipe enviada pelo Banco Mundial (financiador do Programa Lagoas do Norte-PLN) para investigar as denúncias de violações aos direitos à moradia sofridas pelas famílias do Bairro São Joaquim e Mafrense. Em novembro de 2019, o painel de inspeção realizou uma primeira visita, sendo esta a segunda visita, onde a população pede respostas à pergunta que não quer calar: Lagoas do Norte Pra Quem?
O PLN se pretende um megaempreendimento urbanizador que atinge 13 dos 25 bairros da zona norte, propondo remodelar a paisagem urbana. Segundo o Marco de reassentamento involuntário do PLN, o programa objetiva melhorias urbanísticas, ambientais e habitacionais. Apesar disso, tem centrado força na remoção das casas, desterritorializando as comunidades tradicionais de seus modos de vida e empurrando as comunidades das lagoas do norte para as periferias da cidade. É por isso que a população afirma “O povo não arreda o pé, não arreda o pé porque não quer”.
A seguir acompanhem nossa fotorreportagem coletiva feita à muitas mãos, saberes e afetos.
Originalmente publicado em: https://ocorrediario.com/mapeando-memorias-e-territorio-fotorreportagem-lagoas-do-norte-pra-quem/
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